segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Estrada




Hoje dei um suspiro. Não sei se o melhor foi a ação ou a percepção do fato. Foi tão harmônico, tão etéreo, tão bolha de sabão. Aliás, há dias tenho imagens bem metafóricas na mente como a das bolhas. São pássaros nos fios de luz como notas musicais; doces de bocas-beijos-vermelhos, flores, estrelas e perfumes. Sim, imagens com gosto e cheiros, sinestesia pura. Acho que são parte do meu eu-poético- artístico cada vez mais reconhecido no caos fluido desses recém completos vinte e oito anos como viver.
Outra imagem que carrego atualmente é a da Península Ibérica a deriva, uma influencia do Saramago que estou lendo e que também faz parte do que sou. “A Jangada de Pedra” é o quarto ou quinto livro dele que leio, mas desde o primeiro (“Ensaio sobre a cegueira”) em que descobri “uma coisa que não tem nome: essa coisa é o que somos”, tenho-o como uma das pessoas que felizmente sabe ferir minha alma com a densidade das palavras que me desestabilizam, destroem, reconstroem porque me fazem sentir e pensar.
Queria eu estar mais a deriva, mas o momento é de muita disciplina em função de trabalhos. É bom também, sobretudo porque são escolhas minhas e porque, apesar de tudo, mesmo nesse ritmo há o suspiro, as imagens poéticas, a literatura e algum tempo mínimo para o blog.
Contraditório. Tempo-mínimo-relativo. Natural nesse universo em rede que é materialização quântica, afinal, só faz pouco mais de um ano que iniciei essa experiência e as dimensões que a blogsfera me apresentou também se fazem presente nesses momentos de suspiro. Por isso, não podia deixar de encerrar com um muito obrigado às pessoas que por aqui passam! E está justificada a demora para responder vossos comentários...