domingo, 14 de setembro de 2008

DOMINGO


(imagem de Giuseppe Arcimboldo)

Moscas sobrevoam esse pobre blog que sofre pelo abandono da dona... mas eu avisei sobre a ausência. E voltei. Sempre volto quando prometo, ainda que tarda, ainda que arda. No peito. Dramático, sim, porque sou assim, sou atriz.
Volto sempre com rimas até na falta que faz o ritmo. Com disciplina e continuidade. Mesmo quando se faz necessária pausa, pelo menos, para dar saudades. Como um livro que se lê, que se para na metade. E sem fluidez inicial; uma retomada. Mas basta reabrir a página para a re-voada.
Também gosto de coisas etéreas. Apesar de efêmeras na memória se registram. Até o perfume do óleo de banho é um dos sentires que fazem história. Sentidos.
Tudo o que se transforma em marca de existência. Aroma das proteínas do leite com óleo de amêndoas; gosto de capuccino com ou sem canela; ela e seu olhar de criança: a infância. O toque das mãos nas mãos diferente do toque nas teclas que fabrica palavras eternas. E até o ouvir dos dizeres perdidos, sem rima e – definitivamente- sem sentido:
“O Brasil é o próximo país do futuro”.
E ainda,o sexto, sempre sentido. Além do tempo-espaço que me faz pensar, entre ânsias, angustias e devaneios... onde será que moram duendes, gnomos, bruxas, fadas e seus reinos?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Perfeição


(eu já voei!!!)

Pelo corpo me passa a vida no calor e velocidade do sangue que corre como o pensamento que se torna escrita. No espaço infinito que há entre cada vértebra e que se liga ao universo; em verso. Na respiração que renova como prosa. Em cada articulação que me move like movies. Na pele enorme que cobre cada parte; pura arte. Nos olhos que tudo retém na retina em viva fotografia. Na boca que come, beija, fala e nunca cala; ânsia, canto, teatro e encanto. Na intuição e no inconsciente que pulsam em cada célula; sou centelha, sou poema. Nos meus Eus, em arte, em Deus. No pé que me planta ao chão; imaginação. No coração, pulmão, víceras e sempre em rima. Ritmada pintura e escultura; ser humano, perfeição pura.