domingo, 26 de julho de 2015

PARADOXO DE FERMI



Não comi um bom prato
Nem fui  ao mercado.

Almoço e janta de pizza requentada,
Só  corri  na praça,
Socorri-me em casa.

No prazer do silêncio...

Repararei  a beleza das folhas de inverno no chão
E dei um pouco mais de atenção
Ao meu eu

Li sobre o cosmos
Infinitos quilômetros
e tantos anos-luz...

Mas hoje só me seduz
Relembrar com Drummond  uma poesia;
Respostas da vida.

E eu aqui
Cabelo lavado
Pijama de seda
E uma leveza...
O universo sem fim
É este silêncio em mim. 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

POMPOAR


 Áh esse meu eu
Mais secreto
Mais discreto
Que palavras não podem traduzir
E que não canso de descobrir...

Descobrir que menos é mais
Que o  infinito é meu cais
E a ordem meu o caos.

Andar em linha reto é bom,
Mas é nas curvas que encontro o tom.

E a curva
É a esquina
Da vida
Que não sei o que vou encontrar.

Mas é lá
Nesse tombo,
Nesse desencontro
Que vou me achar...

Desestruturar
Romper
Morrer
E renascer

Pulsar.

Como  o ritmo da vida
O ar a respirar...

Em silêncio
Profundo
Escuro
Entra e sai
Se renova
Em vida e morte

E nunca parar.

Carrega em si a eternidade
Do tempo, essa divindade
Que está ali
Tranqüilo

Só a nos espiar...  

domingo, 12 de julho de 2015

DOMINGO



A efemeridade da vida
Eternizar em palavras
É minha alegria
Como o dourado do dia
Da tarde que finda.

Café da manhã na feira
Cozinhar, plantar
Falar bobeira...

Noite de bom Jazz, violento
Que espanta qualquer mal momento...

E sempre a fé num gole de café.

Organizar armários
Folhear dicionários
O sorriso do filho;
Meu melhor abrigo.

A maturidade
A beleza da idade
Por fora envelheço
E dentro
Me rei-vento.

A delícia de saber saborear qualidade
E não apenas quantidade...
A riqueza das coisas simples

Do tudo-nada que se sabe. 

domingo, 5 de julho de 2015

ASK ME

E se passaram mais de três  vezes três mil dias
E se passou quase uma vida
E lá se foi tanta poesia...

Roleta russa da sorte
Olho o que me fez forte
O que de mim restou...

Modos de amar
Medos para não cultivar
Frágil sou...

Passagem...

Quem nunca chorou?

Repetidos sistemas
Matemáticos,
Filosóficos...
Todos com um mesmo final:
Infinito e mortal.

Quem nunca amou?
Quem nunca mamou?

E quem nunca sonhou em ser protegido
E depois descobriu que não ter nada é o melhor caminho...

Só...

Por que
Nada
Se
Tem

A perder...