sábado, 22 de dezembro de 2007

ADEUS ANO VELHO...




Às vezes me surpreendo com o descaramento que tenho de falar tanto a verdade. Amores, oportunidades, amigos... Talvez tenha perdido muita coisa, mas como é bom estar limpa, transparente tranqüila com a consciência. Por um único motivo: ouvir o coração. Pudera eu fugir dessa voz, mas em mim ela não fala; grita, berra. Única escolha e já era!
Hoje tem uma palavra que me dá muita vontade de dizer... é: “Obrigada”. Então vou repetir, repetir e repetir: O- BRI- GA- DA.
Não sei por que, nem para quem. Talvez para a vida, essa infinita imensidão que abarca todos nós e que mesmo nas dúvidas se faz presente pelo fato mais óbvio que é o existir. Tão óbvio que até se torna banal e daí já estamos lá, perdidos naquele mar de quereres, ansiedade, raiva, medo... Pontos negros na estrada que se varridos para baixo do tapete afundam na terra e renascem como galho torto, vento, escuridão e tempestade.
Prefiro sempre a luz, essa que me guia nos momentos de solidão, de gratidão, de criação... Essa que me traz tantas pessoas, presentes, lembranças, momentos, conhecimento. Essa que me diz que o ano acabou, mas que apesar da idade, do fim da ingenuidade, a vida sempre só está começando. Sempre. Até no fim.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

HOJE



Tô feliz e sem mais palavras só quero postar minha alegria!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

LUZ


um algo muito mais profundo, muito mais conteúdo, que é o viver: tão livre quando desprovido de querer.
Um corpo que comporta uma mente, um coração e, acima de tudo, muita história. Histórias do que não se vê, do que é sagrado, segredo, eterno e único. E que pode ser traduzido para quem vê de fora como ilusões, mas que na verdade são ondas que vibram o lago com a pedra jogada pelas mãos da curiosidade-intuição infantil.
É da fragilidade que vem a beleza da maior força; é dos medos que se descobre a coragem; já disseram que disciplina é liberdade.
Bom é trilhar caminhos, ter metas, seguir retas. E melhor ainda é andar pelo caos com a única certeza da incerteza.
Respiro e lembro que em meu corpo há espaços infinitos que me ligam ao céu, a terra, ao cosmos, ao universo. E inspiro um pouco mais de confiança em Deus, em Eus, na criança. Porque é sempre rima, lira, brincadeira de roda. Puro como a flor, a bondade e o amor.
Na grande barca que nos leva, algumas lágrimas são necessárias para temperar a vida. Lubrificar o olhar e lavar a janela com a alma dentro para estender sem grampos no varal e deixar que quem carregue seja o vento...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PLAY WITH ME, OU, TEM ALGUÉM AÍ?

Momentos e momentos de vida... fico querendo entender todas as diferenças passado/presente e tentando sonhar com o futuro, sempre em gerúndio, porque do nada se fez o verbo.
Esse futuro de outrora e que agora é passado, de sonhos realizados; de comerciais de tv que gravei, mestrado que conclui, aulas na faculdade que ensinei, espetáculos quem montei, amores que vivi...
Isso e outras coisas talvez tão menores e tão mais simbólicas como a Juliana de uns três ou quatro anos atrás que vi hoje caminhando por uma rua escura e tomando banho de chuva.
Sim, hoje passei pela mesma rua, com a sensação da mesma chuva, e vi a Ju lá: com seus sonhos, suas angústias e sua poesia dos 23 anos. Tomava banho de chuva no escuro, sem medo. Ela só queria caminhar e se estava à noite e chovia não importava, porque ela podia pegar um táxi e voltar a qualquer momento.
Ela fez isso só para me mostrar, hoje para a Ju dos 27 anos, que nada é um caminho sem volta. Mas as experiências de vida é que vão lapidando a alma e nos fazendo adultas, velhas e vida. Lembro de Miguel Sanches Neto que li ontem: só quero envelhecer em paz!
Acho que no fundo eu também só queria isso, mas os sonhos de juventude, a ingenuidade de criança, os medos de adolescente ainda se fazem tão presentes. Coisas que outrora eram uma dificuldade e hoje se revelam tão simples e outras que são tão simples que ainda tenho tanta dificuldade de entendê-las... mesmo assim mantenho a fé na vida que me presenteia com pessoas que aparecem para iluminar meus caminhos, outras para confundir, mas, indiscutivelmente, todas para dizer: isso é viver.
E qual a segurança que espero como colo de mãe que afaga seu bebê? Nenhuma, a não ser pensar que amor de mãe é o maior que há, mas que toda a procriação vem da insegurança de pensarmos que não somos eternos.
E eu ainda tento me eternizar em textos e palcos... e me pergunto se foi o que escolhi! Mas, é o que sei fazer, o que pulsa em mim e não posso fugir. Tenho muita sede e muita fome e penso que com meus quarenta ou meus sessenta anos não vou ter aprendido, ainda, a viver.
Vou tentando enquanto isso, entre letras, pedaladas, tragos, caminhadas e saudades de um banho de chuva noturno sem medo e sem apegos...