quarta-feira, 25 de julho de 2007

Três pontos


Eu queria poder quantificar o “para sempre”. Hoje encontrei uma foto dos meus 20 anos no orkut do garoto que foi a Cuba comigo. É a foto de quando chegamos ao aeroporto de lá. E eu lembrei dos meus sonhos e pensamentos dessa época. Muita ansiedade e ingenuidade. Elas vivem em mim ainda, felizmente. Mas hoje tenho consciência e me harmonizo muito bem com isso. Ruído, melodia e um pouquinho de silêncio.
Desejava ser professora universitária e queria mudar o mundo nessa época. Agora inicio uma nova fase da vida: darei aulas na Faculdade e já não quero mais mudar o mundo. Não dou conta nem das mudanças do meu mundo interno. Mas vejo - e sou muito feliz por isso - que de lá para cá ensinei e aprendi com muitas pessoas que passaram e ficaram na minha vida. Essas mudanças são reais. E sei das histórias que outrora eu considerava absurdas e que hoje fazem parte do meu cotidiano. O impossível criou forma; páginas de diário, todas as letras do nome.
E bonito é ver que, apesar de honrar meu nome e ter na juventude presença constante, hoje sou uma referência de “mulher”. O tempo vem para todos, desprovido da dimensão e da força do viver, desse pulsar de energia tão avassalador. Sinto em mim e chamo de amor.
Às vezes encontro centelhas desse eu semeado nas esquinas de algum lugar do mundo e humildemente percebo que realizo os sonhos e agradeço a tantas pessoas maravilhosas que compartilham de momentos comigo. O medo não existe e as coisas não acontecem quando é tarde demais.
Inútil lutar contra o que resiste porque o para sempre existe. Eu só não sei quantificar.

Nenhum comentário: