Ela tinha sonhos coloridos e musicais. Mas às vezes eles gritavam: extrapolavam o limite do onirismo e invadiam a vida da menina, que nada entendia. A sorte é que na infância a inconsciência brinca de roda com a razão.
Na adolescência, dos sonhos que conhecia tinha o controle. Mas dos que vinham de surpresa, arrebatadores, intensos (e por isso, perversos), desses, ela era vítima. O pior é que no fundo, por mais que lhe rasgasse o peito, acabava por se entregar a eles, afinal, eram sonhos coloridos e musicais. Foi assim que cresceu e aprendeu a conviver com o que lhe diferenciava da maioria das pessoas.
Criou um ritual de sobrevivência: quando um desses sonhos lhe arrebatava, ela saia, aos assovios, andar de bicicleta. Sem destino. Um gosto de liberdade que lhe acalmava e dizia: “espera, são sonhos que você compreenderá adiante.”
E assim a menina virou mulher. E um dia, depois de sonhos coloridos, agora entre flores e desejos, pedalou tanto que caiu no universo infinito onde encontrou um caminho de fogo sobre um lago tranqüilo. E aí compreendeu tudo: não precisava compreender mais nada.
4 comentários:
Adorei seu post!! Os sonhos... nossos sonhos... vivo transitando entre os mundos de sonhos e trazendo-os para "realidade".
Excelente texto!!
Ótimo fim de semana pra você.
bjsss, t+
Você continuará a pedalar, a escrever esses sonhos, narrar te faz presente em tudo. Beijo e boa semana sem gripe.
GRACIAS POR VISITARME
COMO ME CUESTA ENTENDERTE.
PECCATO**
ABRACIO
CHE
Juuuuuuuuuuuu, você tá falando de mim, é? rs*
adorei!
beijos, flor
MM.
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