terça-feira, 30 de outubro de 2007

COMPAGNONNAGE (kompanhonáje) s.m. Associação de operários

Vamos brincar de MEME?

É assim:

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.

Podem postar as frases lá nos comentários do www breviario org/cumulusnimbus

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Vez



(Desenho de Maiyto, meu querido amigo-pintor de Cuba)

Quando a presença é a ausência... Ouço música, escrevo um texto, corro, viajo, renasço e morro. Um sorriso de canto, um momento, um sentimento. Um tango. E a certeza que tudo vai passar, sobretudo as certezas. São nuvens no céu do tempo, tudo azul, vezes cinza, vezes preto, vezes tudo e nada. Vezes vozes. É um segundo, é um segredo. De despertar entre as asas acorrentadas e uma mente bem liberta. Incerta. Contradição de espaço, tempo, ação. Canção. Uma dança e uma pausa. Sou borbulhos e borboleta , sou flor, aliteração, rima. Sou violeta. Sou amor-perfeito em tempo verbal imperfeito. Sou sim. Às vezes, não.

sábado, 20 de outubro de 2007

INFINITO




Ela tinha sonhos coloridos e musicais. Mas às vezes eles gritavam: extrapolavam o limite do onirismo e invadiam a vida da menina, que nada entendia. A sorte é que na infância a inconsciência brinca de roda com a razão.
Na adolescência, dos sonhos que conhecia tinha o controle. Mas dos que vinham de surpresa, arrebatadores, intensos (e por isso, perversos), desses, ela era vítima. O pior é que no fundo, por mais que lhe rasgasse o peito, acabava por se entregar a eles, afinal, eram sonhos coloridos e musicais. Foi assim que cresceu e aprendeu a conviver com o que lhe diferenciava da maioria das pessoas.
Criou um ritual de sobrevivência: quando um desses sonhos lhe arrebatava, ela saia, aos assovios, andar de bicicleta. Sem destino. Um gosto de liberdade que lhe acalmava e dizia: “espera, são sonhos que você compreenderá adiante.”
E assim a menina virou mulher. E um dia, depois de sonhos coloridos, agora entre flores e desejos, pedalou tanto que caiu no universo infinito onde encontrou um caminho de fogo sobre um lago tranqüilo. E aí compreendeu tudo: não precisava compreender mais nada.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

SURPRESAS

Planejava tudo, tudim, tudoazuzim, tudocertim. Escalas, padrões, esquemas, horários, regras, raízes, sistemas, certezas. Nada poderia dar errado com tanto cálculo. Nada. Estava tudo devidamente planejado, até as emoções (para elas tinha uma gaveta no coração). O resto tudo certo: planos racionais na mente, planos reais no corpo. Materiais na ação. Iria ver o mundo da mais alta torre se tudo desse certo. E estava certa que tudo daria.
Colocou os planos numa pasta rosa e saiu saltitante e feliz; à vida! (Até então ainda não havia vivido, estava sempre planejando).
E na primeira esquina: ploft, o tombo que levou ela e que levou todos planos dela. Ao chão. Também uns ao vento, outros à lama.
E ela tinha agora as mãos e os joelhos esfolados. E o sentimento de saudade. Esse que ela tinha esquecido de pontuar em suas planilhas (porque na verdade nem o conhecia).
Agora sim; Bem vinda à vida!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

RETRATO




(para Daniel Caron, o autor da foto!)

Eu amo o tempo. O tempo que hoje se mostra em marcas no corpo e rosto como expressão do que vivi. Sem arrependimento, sem medo. O tempo que me faz ser criança feliz quando estou com minhas crianças e me faz mulher quando pés no chão de anseios. O tempo que transfiguro em palavras para tentar me eternizar, o tempo da musica e da poesia tão presentes da/na vida. O tempo que corre não corre em mim; corre em mi, às vezes em ré e sem dó, que est si e que fa-la; o tempo Sol. O tempo que se abre em caminho e caminhada que curto longa estrada. O tempo do sangue no meu corpo que respira e transpira momentos eternos e efêmeros, segundos e vidas. Infinito alimento do coração que em mente e mão transmuta trabalho, história e memória. O tempo dos sentidos e também da razão, por que não? O tempo que procuro mil palavras, mil metáforas, mas que é tudo e nada. O tempo da boca: de cada beijo, de cada gole, de cada tragada. O tempo do cheiro que vem da profunda inspirada.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Espiral.

Momentos se abrem como sorriso em tentativas e persistências. Desistência jamais, somente a suspensão às vezes é válida. Os guias são as palavras, como bolhas de sabão na fragilidade e beleza etérea de todas as cores e da liberdade suave. E como bolhas que se estouram o silêncio é também é tão pertinente... é o tempo, grande guia. De mãos dados com a música e a poesia floresce o caminho e lá na frente traz respostas que fazem lembrar sonhos do passado, outrora tão surreais e no presente (o presente) tão reais. É pensando bem que se conclui que fechar com sorriso também é sempre bom. E assim me vou!