sexta-feira, 11 de novembro de 2011

OUTRORA




Nem a mais bela foto
Ou a mais bela face.
O tempo não tem volta.

Só uma certeza:
O que mudou por dentro;
por fora se mostra.

O tempo espaço agora se chama menino
Era a linda menina
É a mãe linda mulher.
Palavra-chave: compartilho.

Divido a vida:
Somo e multiplico.
E o tempo não se conta

O tempo é.

O gosto do café.
O chocolate a derreter na boca
Tirar a roupa.

Fim de semana, livro, vinho.
Um minuto sozinha, sushi,sashimi e sono
Caminhos... já passou... tenho um filho!

Palavra-chave: compartilho...

sábado, 29 de outubro de 2011

TÉO



Só nós
É o que somos.

E o cordão umbilical de outrora
É maior - infinito agora.

Nós que nos unem
Sangue, choro, riso, história, vida.

Tudo de antes de ti perdeu sentido
E tudo passou a fazer o maior sentido.

Meu passado
Tu é o presente
Nosso futuro

Sempre juntos.

Vim, vi
Vivi até aqui
Só por ti.

Já venci.

E descobri
O verdadeiro sentido
Da palavra amor.

domingo, 26 de junho de 2011

Mais um Inferno Astral



Aprendi comigo, sem negativas e com escolhas: não saio correndo para evitar o tropeço; antes de qualquer atividade, me aqueço. Salto quaântico. Quem guia é a intuição, diz o coração. E o caminho que se faz ao caminhar, diz o poeta. Reflito, respeito, repito. Mesmo quando há o caos, a paz é o silêncio; o vazio é tudo. E a contradição: enquanto houver jazz, haverá tranqüilidade gratuita. No blues a sanidade quem é blue, azul, azulzim, tudoazulzim.
Tempo passa rápido, todos sabem. Não é difícil conseguir o que se quer: duro é saber o que se quer. Por isso coração, intuição, sã, são repetição. Roda viva, em cima, embaixo, mas a vida passagem está na bagagem; o que fui: sou. E será. Agora nunca mais só: hoje mama o peito. Para sempre ama, carrego no peito. Desse amor, só meu, não há como explicar.
Humilde curvatura no chão para o alongar vertical. Equilíbrio rumo ao céu. E a maior dúvida, quem me ensinou foi o Téo: vem o menino, vai a menina. Mas continua buscando a rima. Muitas respostas, outros desafios. E bem sabe que a essência é a mesma: cheiro de perfume, gosto de café, barulinho de teclado, outras coisinhas boas e o eterno retorno. Em espiral, livros bem vindos, nada mal. Sempre é o tempo quase.
E as rimas na prosa poética, inconscientes, mas contentes. Melhor não falar nada, quando não se tem nada para dizer. Rimar, remar, respirar. Esperar é superar. O inferno já não é mais o frio de inverno, também não há mais o torturante sangue mensal, conquistas, vida, Astral. Aprender a ser diferente do que sempre projetou: a mudança chegou. Sã e santa. Três pontos são. Ponto final.

sábado, 14 de maio de 2011

AO CLUBE DA ESQUINA

(para Léo Castro)
(foto André Pinnola, 2011)


Sou única no fio de cabelo que voou pela janela.
Do amor de amamentar somos nós; dois.
(Não sei o que. Só sei que seio que ama; quem mama).

Das alegrias e desencantos de casar somos três, sempre um bom número.
Da emoção em ouvir Milton; muitos sentem-sabem. Bem.
Das cores, sabores, ritmos e texturas; os felizardos.
Para todos- deuses, heróis, ricos, espirituais, ignorantes, ansiosos - o tempo.

E lá se vai mais um dia.

E de repente um ano, dois, dez, trinta.
Uma vida.

Saudade, presente e futuro, em vento, invento.
Caos/cais.
Ás vezes até um pouco lento.

Mas só de ilusão, arte, sonho, memória ou momento.
Nunca em vão.

Vim, vamos?

Única, dupla, triplo, multiplico.
E quando necessário, me reinicio.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

DAS MUDANÇAS




Já vai fazer um ano e dois meses que o Téo nasceu.
Eu-mãe também.
Agora sem mil monstros e duas mil ansiedades que reinavam na mente.
E sem saber onde vai dar essa história de cada dia sentir um amor maior, imenso, infinitamente.
Haja fé, viva o dia-a-dia.
Eu que queria ser grande, rapidamente Doutora, hoje só quero reaprender a ver o mundo como os pequeninos.
Como é difícil ser mínimo.
Ainda bem que sempre fui cores e dó ré mi fá sol lá, sem dó. Isso ajuda a me aproximar do menino.
E continuo amando doces, vinho, sexo, trabalho, descanso, família, viagens, caminhada, música, livros, filmes e amigos.
Outras coisas e bolhas de sabão.
Só que tudo, tudo tem um gosto, um cheiro, um som, um toque, uma visão de filho.
E ainda uma intuição.
Corpo de mulher; já não me preocupo tanto.
Mas desmonto ao ver aquele meu mini pé, mini mão, mini pessoa, que encanto!
Digo meu, mas sei que é do mundo.
(Mãe pode ser um pouco egoísta.)
Mãe pode tudo.
Mãe faz tudo, porque quando precisa, descobre um poder que nem sabia que tinha.
(Isso é só um ano e dois meses...)
E vai uma, duas... uma duas vidas ou duas uma vida.
Tá escrito, um dia, para entender melhor, volto nesse registro.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

LUA ADVERSA - Cecília Meireles


foto André Pinnola, jan. 2011


Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
Fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
Tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e vem,
No secreto calendário
Que um astrólogo arbitrário
Inventou para meu uso.

E roda a melancolia
Seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(Tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
Não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
O outro desapareceu...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

2011 (para Fábio e Téo)



Café. Com fé, amanheço. E o sorriso da criança traz a luz de todo dia. Toda semana, todo mês e toda a vida. Colorida. Simplicidade de fazer tudo valer. Poesia até na prosa, até sem rima. Eu nino ele e ele me mima. Entardeço e Jogo ao universo tudo o que posso e sei. Mínimo. Uma hora, ele, infinito, devolve o que eu nem imagino. Pimenta à noite e anoiteço. Uma noite, outro dia...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

feliz ano novo



Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovakloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”
Eduardo Galeano, in “O livro dos abraços”