sábado, 22 de setembro de 2007

Algo em comum!


Tinha uma linda escultura de bexigas nas mãos. A criança ganhou o dia; na sua dimensão de tempo ganhou a vida. Era feliz com sua borboleta feita de balões rosa e colorido. Aquelas bolas que na verdade revelavam a beleza do que não se vê, do essencial invisível aos olhos: o ar, onipotente e onipresente. Onisciente só nós, que escrevemos, lemos e sentimos. Nós os/nos nós adultos que pensam já saber do destino da feliz criança com sua escultura inflável e infalível de cores. Muito mais além do ar é o que não se vê. Sutil pretensão que só vale pelo deleite da idade, da sapiência, do sonho de liberdade e saudade da infância já que é a eterna contradição: criança passa e infância fica. E uma coisa é certa: em breve serão balões murchos, senão estourados. Aí é melhor esquecer que um dia existiram e motivo para tanta felicidade? Esquecer... Rituais se repetem no ingênuo rosa de hoje que pode virar a frescura e a falsidade de amanhã. Mas todos humanos, por que julgar? Queria ser leve como o ar. Como o balão. Voar. Silêncio, pausa e o prazer inesgotável quase esquizofrênico da palavra e das lembranças. E, é claro, um pouco mais do que o sobre. Viver.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

CENTELHA

Na fluidez do voar gaivota ninguém pensou na dor das suas costas. Sim, já havia machucado ossos, carne, penas, peito e articulação. Mas sempre que se sentava na janela e via o horizonte queria descobrir o que existia depois do fim. E caiu, e sofreu, e se machucou. E voou sozinha e quase foi, mas voltou. Mas sabia que uma hora iria para sempre. Sabia que ser gente não bastava, por isso nascera alada. Mas sabia que ser anjo não bastava; queria ser ave. E ser ave não bastava porque finalmente voou, mas queria mais. Queria as estrelas e todo o céu, queria o infinito. E lembrou que nem a dor de bater as asas até cansar para voar e ser como folha ao vento era tão forte como a dor do desejo de tudo conquistar. E se descobriu anjo triste porque tudo podia, e no fundo, não podia nada; era ela o próprio universo.

domingo, 16 de setembro de 2007

RESPOSTAS

Eu sou gira sol e sol é coração. Só ouço sol. Quer dizer... também rimas e aliteração! Com chuva lavo a alma; dias cinzas são para colorir. Vida sim. Sem julgamentos pois certo é que toda verdade vem com o tempo. Coincidências enfim, infinito, cabe em mim. As vezes quero vírgulas, outras ponto. Em dúvidas quero três pontos e não interrogação. Peito e mente aberta para ouvir a intuição; resultado de fé e ação. São. Sã, saciada ansiedade, realidade e imaginação. Aujourd´hui.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Intensidade e intenção

A gente dá nessa vida o que é possível. Alguns vivem tristes e deslocados e às vezes liberam um sorriso. Só penso que bom que há pena (s) na alma de Pessoa (s). Tão bonito isso. É poesia concreta de tons, cores, peso, forma, densidade, massa, profundidade e alquimia. Criam-se regras pela necessidade de existir, mas nada que não sucumba a um momento de verdades. Aquilo que se sente no coração, que não há explicação, algo cor-de-rosa, rápido, intenso, inconsciente e de prazerosa atenção. A atenção de quem navega com segurança no caos e o chama de divindade pois sempre sabe que vai chegar, não importa onde. Etéreo e como. Um-chei-ro-de-per-fu-me.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

BLUE NOIR

Você tem sonhos. E realidade. Como o sentimento que esta dentro do peito e o desejo do próprio peito. Respeito. Realidades e desejos; tudo é azul. Azul dia e vida e as vezes até azul noir. Me vejo no que vejo. Uma inédita marcha quinta ao som de tango e também andar em ponto morto para testar até onde é possível chegar sem aceleração. Sempre metáforas depois de vinho; são vícios e criação que fazem a história. Tão bom viver...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

FILOSOFIA BARATA.

Aquele além tão distante as vezes é a porta do lado com a chave no trinco. Pode se chamar até de cotidiano embora, quase sempre, ignorada por tanto querer olhar só para longe.
Contradição é o olhar numa história que nunca foi feita de “se” e nem só de olhar.Faz-se vil, guerreira, construtora, coragem. Mãos em barro sujo que formam e deformam.
Guerrear é sublimar a culpa que não se compara a todo quebrasujadestróiequeima. E muitas vezes necessária pelo real gosto do viver.
Coragem é ressurgir.
Amor é recriar, reviver e refazer. Incluindo sangrar porque também faz bem.
O Caos é mesmo a estrela brilhosa que Nietzsche disse um dia. Eu vi, eu vejo.