terça-feira, 23 de outubro de 2012

ESTRADA

Dos medos: cresço, me fortaleço. Eu escrevo. Dos sentimentos: Vivo em cores e texturas. Intensa mente. Noite escura loucura. E duas mil voltas que o mundo dá. Algumas coisas se perderam por lá... Silêncio fora Turbilhão dentro Dissolvo-o numa longa caminhada. Textos e sons São Contextos: Imagens, palavras, mensagens... Vida barroca, algum reencontro e um gosto de Sol.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

TEMPO (para Dora Gitel Tuev)

Ele corre tranquilo, incansável. E eu, como retardatária, sempre gritando atrás: “me espera!” Perco a voz, nunca o alcanço. E ele nem acelera... Afina o calendário com as folhas que caem. Engrossa o livro da vida, as folhas que escreve. E a certeza de que o que sempre foi nunca mais será. Não há onde caiba o amor materno. Nem quem meça o tempo do sono da criança. E às vezes, no turbilhão, esqueço a ânsia e lembro: passa a criança, eterna é a infância. Calmaria. Quase sempre esqueço: Dar um tempo para compreender as coisas que não entendo. Até já aprendi a mais importante parte: saborear a vida com arte. Qualidade é tão melhor que quantidade. O que é bom não se mede, não se pesa. Só preciso praticar... Tempo da mente materializa o que se pensa e o que se sente. Sentipensar, intuição... Por favor, Me dê a mão! Corre comigo! Seja meu amigo! Meu presente: Eterno presente. Não consigo te acompanhar. Meus bolsos estão pesados de passado e o peso invisível de futuras suposições que tiram o prazer da surpresa, do que se ganha sem esperar: por merecimento, porque se pode verdadeiramente carregar. O que é bom não mede, não pesa, não cabe. Nem sempre, nem nunca. Corre de mãos dadas, lado a lado. Com o prazer de simplesmente existir. O imutável é que tudo muda. E ele corre. E incrivelmente continua lá: no mesmo lugar - nem novo, nem velho- Simplesmente sendo: O Tempo.

sábado, 12 de maio de 2012

MOVIMENTO

(Foto na minha casinha, quando Téo ainda era pequenino, em homenagem ao dia das mães)

Nunca sei se algumas coisas na vida são sonhos ou premunições. Sei que aprendo com os outros. E aprendi a não me ver pelo interior dos outros; cada um guarda em si a sua casinha. Por fora sim, espelhos. Guarda- roupas e espelhos... assim somos e nos temos nos outros: ver por fora, guardar por dentro. Cada um tem sua casinha. E as coisas se constroem. Primeiro em ideias, depois em palavras, e, enfim, em matéria. Casa, espelhos, guarda-roupas. Somos muito mais que matéria, eu sei. Mas quando as coisas se materializam é que podemos ver a força dos nossos desejos. Ou dos nossos medos. Me espelho em outros, sim. Mas cada qual com seu guarda-roupa, com o que guarda em si, com a sua casinha. Portas fechadas para as ansiedades e abertas, alma forte, para o mundo. Porque o tempo só revela o que é essência. Como quando escrevo: não por ego, não por medo, não por solidão ou por desabafo. Simplesmente porque sou, porque amo. Palavras. Janelas da minha casinha.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Nas portas do paraíso

(foto de quando eu estava grávida... e uma saudade...)

Não sei como nem por que. Mas as coisas acontecem. Barriga cresce, bebê nasce E cresce. Vida vai... E nada volta a ser como antes. Ingenuidade... A melhor parte da vida, sem dúvida, mas algo ficou para trás. E aí, só lembranças. Músicas, imagens, cheiros, sabores, mensagens. E a vida caminha, para frente, só para não sei onde. De repente letra é palavra. E frase, parágrafo, texto, intenso, um livro, a vida. De linhas escritas também com pontos e vírgulas e ponto-e-vírgula; E sempre: as coisas acontecem e aparecem na medida que podemos e precisamos. Isso é. Não sei o que será, não sei o que virá, mal sei do que foi. Para mim, para você, meus pais, irmãos, amigo, alunos, marido, filho. Mas que algo vai acontecer, vai, afinal, tudo cresce. Só porque estamos vivendo, simples assim. Até o fim. Sem medo e sem segredo. Deixar fluir, até o fim. Respirar e encontrar a si, no silêncio. No aqui, no agora. Sem demora. De tudo o que fica, afinal, são só lembranças, na melhor das hipóteses, palavras. Lavradas, paradas, à espera da vida dos olhos de quem lê. Da imaginação envolvida, movida, rica de imagens, infinita. A sua diferente da minha. Mas todas mobilizadas por palavras. Fruto da vida, aqui, lida e registrada. Para sempre, só palavras. De tudo o que fica, que não sei o que, nem por que. Tudo cresce. E nada faltará. Para sempre, quando se tem uma madrugada.

quinta-feira, 22 de março de 2012

RESPIRAR



Hoje eu tenho o tempo que se desdobra, que se enrola, que memória, que cabe em mim, que me carrega, que rima... e fim. Finda e volta, como o dia, a primavera, a vida, as ruas, bairros, cidades e esquinas. Das que vi, vivi, revivi ou viverei. Muitas ainda.
Hoje eu tenho o tempo como sonhei, como desejei e aprendi a agradecer o que recebi por merecer. Po rque o tempo me ensina que esperar é a sina. Fundamental verdade de quem namora o tempo: tempo meu, para sempre quero ser tua concubina!
Áh, o tempo. Da infância, carrego nos braços em forma de menino: meu filho. Eles me ensinam outro tempo, outra vida. Aprendizagem: era eu a menina! Agora mãe, mulher. E bonita. Tempo passa e outra beleza é a aque fica... voam borboletas lindas.
O tempo das letras, conteúdo, maré em que navega minha vida. E das tintas, coloridas. Arte, essa sim, infinita. Das letras, cores e rimas. Flores, coração com nome de filho, lua e estrela, pimenta. Tatuagens em meu corpo e viagens. Coisas que amo, tudo com seu tempo, do que passa , do que fica e do que virá.
Repito, o tempo numa caixa não se encaixa, mas nele cabe todas as vidas. E a vida toda. Minha, sua, do passado, presente e futuro. Do espaço real e imaginário, folhas, falas, falos, saúde, mimos, unhas, cafés, com fés, músicas, chocolates, vinhos, vim e vinha. Deliciosas caminhadas, tempo sem hora marcada.
Tempo todo, de todos, para o gozo e desfrute, que me ensina: É no tempo livre que se plantam os melhores sonhos.