quinta-feira, 12 de novembro de 2015

PEDRAS



Que a dor  venha
Forte e intensa
Como o improviso de blues

Que sejam os cortes
Os crimes
Os corpos nus

Que gritem as feridas da alma
E que saia o peso do corpo
Do outro

Isso me acalma.

Que se esvazie o copo cheio
A última gota
 d´água,
De sangue
De lágrima

Já caiu.

O portal já se abriu

O caminho
Invento
Com o carinho
Do vento
Que bate em mim.

E assim vou
Devagar...
Andando
Pensando
Sentindo
Amando
Cantando...

Porque essa sou eu
Às vezes,
Só eu...

Mas como não ser só
Se só
É que sei ser.

Com minha vida
Minha  fé
Minha verdade
Minha vontade

E a alegria
De saber
Que mesmo na agonia

Estou com você. 

2 comentários:

Salve Jorge disse...

Tinha uma pedra no caminho
Mil pedras no caminho
Que de pedras que se fez o caminho, carinho
Mas não se perca em desalinho
Pois na paisagem
Não é só espinho
Isso é miragem
Anunciam estiagem
Mas temos o mar no ninho
Há mar
Ah, mar
A nos navegar
Mesmo que sejas passarinho...

Jaime Portela disse...

Excelente poema, do princípio ao fim.
Gostei de aqui voltar.
Ju, tenha um bom fim de semana.
Abraço.