Que a dor venha
Forte e intensa
Como o improviso de blues
Que sejam os cortes
Os crimes
Os corpos nus
Que gritem as feridas da alma
E que saia o peso do corpo
Do outro
Isso me acalma.
Que se esvazie o copo cheio
A última gota
d´água,
De sangue
De lágrima
Já caiu.
O portal já se abriu
O caminho
Invento
Com o carinho
Do vento
Que bate em mim.
E assim vou
Devagar...
Andando
Pensando
Sentindo
Amando
Cantando...
Porque essa sou eu
Às vezes,
Só eu...
Mas como não ser só
Se só
É que sei ser.
Com minha vida
Minha fé
Minha verdade
Minha vontade
E a alegria
De saber
Que mesmo na agonia
Estou com você.