quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Brumadinho


O rio corre vermelho
Como sangue
O sangue que não se vê
Dos corpos que não se vê.

Correm também  lágrimas
Dos olhos que isso vê;

O dinheiro
Que vale
Mais que a vida

Vale da tristeza.

Quanto vale?
O minério
Do ferro da terra
Que fere a terra.

O vale.
A vala.

Que carrega os corpos
Ocultos na lama
Tão vermelha
De tóxica poeira.

O ferro da terra ferida
A ferritina do sangue escondido
Dos tantos corpos que não se vê.



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