
brrrrrrrrrrrrrrrrrr
Chega o frio e, mesmo tendo vivido alguns quase 10 220 dias inéditos, a sensação ruim se faz mesmice.
Nessa semana, pelo menos, percebi o cheiro bom da temperatura que só essa época tem. E também o pôr-do-sol e as noites estreladas que são mais lindas. Tomei vinho com companhia e sem maldade e dancei sozinha no meu quarto, de pijama, cachecol, touca azul e jocosidade. O que a vida não dá a gente faz, afinal:10 220 dias desiguais!
Coleciono o mal estar dos invernos, mas também algumas pequenas e grandes preciosidades; conhecimento, amores e amizades. Conquistas, conforto e aconchego numa caixinha de música. Um carro azul sem rádio na garagem e no diário às vezes também ansiedade e decepção, por que não? Menina de trança que voa-vai-e-vem na balança. Baila e dança a lembrançaudades.
Mas o que fica, mesmo em dias frios, é o presente e a beleza dos dias-presentes. Onde há procura, há cura em céu, nuvens e pensamento. E atitudes em firmamento, passo- a -passo de pés no chão. E cada vez mais a maturidade grita a descoberta de que só coberta não aquece o coração.