Duma flauta transversa ouço um som que diz: mudança. Algo que pulsa em mim muito além das batidas do coração e do tempo da inspiração e que quer gritar, atropelar, nascer, romper, ferir para brotar. É brainstorm e não é lead, os jornalistas que entendam a metáfora. Mas não é notícia também, afinal, sempre fui mais poesia. Quero mudar de casa, quero viajar, quero bater asas. Cansei de ser livre como roupas no varal; quero agora ser o vento, etéreo, histérico, esquecer o tempo. Sou mulher além do espelho porque a fundo amo e desejo. Humanidade. Sonho na força da fertilidade. O que me faz e faz gente, a força do infinito, dos altos e baixos, medos, tentativas e acertos e acima de tudo, fiel e divino. Sou só o que ouço. O som da mudança: dança mundana, me espera o mundo, som, mudo, reafirmo: sem medo, balanço a fundo, me firmo.
A temporada de um velho
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“A velharia poética tinha boa parta na minha alquimia do verbo.”
Arthur Rimbaud
A vida serpenteia na solidão de Rimbaud, o melhor de tudo é o son...
Há 3 meses