quarta-feira, 27 de maio de 2015

6 anos



Tenho novas verrugas
Poucas rugas
Uns quilinhos a mais.

Tenho menos pelos
Longos cabelos
Não mais naturais

A boca não muda
Nunca muda
E sempre quer mais...

Tenho um filho
E tive marido
Que já não tenho mais

O mesmo olho
nunca o mesmo olhar;
trago n´alma
uma essência calma
de quem sabe lutar.

Seis anos
Intensos
Imensos
Muita história para contar.

Construí  um castelo
Armei um império
E depois quis derrubar

Porque em seis anos
Fiz minha casa
Mas fechei minhas asas

Eu! Que nasci para voar...

6 comentários:

Gugu Keller disse...

Como é bom ler poesia de verdade...!
GK

Anônimo disse...

Que lindo, Ju! <3

Mari Carpanezzi disse...

Lindo demais. Honesto demais. Ju-Ju.

Salve Jorge disse...

O rapaz que não era príncipe, nem rei, nem mesmo nobre... era até meio pobre.. avistou as ruínas do castelo e quis lá passear. Lembrou-se de ali ter passado, alguns passos dado, tempos atrás. Apesar das pedras caídas, o jardim era belo, com flores singelas, de ímpar amarelo, grama verdinha, aroma sem par. Viu que havia uma moça que zelava por lá. Chegou-se com humildade, tirou o chapéu, fez uma reverência e percebeu que ela eclipsava o céu.
- Oi... - ele disse.
- Você sempre vem, né? - Ela sorriu.
- Sou de caminhos e descaminhos... gosto de ir e de voltar.
- E por que voltas a essas pedras soltas, rapaz de olhar tão sagaz? - Ela sorriu quase o desafiando.
Ele tomou a mão dela, beijou-a como um príncipe faria:
- Vim te ensinar a rimar...

J.F. de Souza disse...

Tô sem ter o que dizer. O final me derrubou. Me deu vontade de resgatar esse eu-lírico aí, desatrofiar-lhe as asas... :)

J.F. de Souza disse...

Saudade dos tempos de blog. Vou voltar a visitar os que ainda andam ativos.
Feliz por ver algo tão bonito no teu. :)